terça-feira, 10 de setembro de 2013

A RECEITA DA ETERNA DEPENDÊNCIA

Publicado por Unknown As terça-feira, 10 de setembro de 2013  |  Sem Comentarios

A SUBMISSÃO DO OPRIMIDO



- Junte uma ELITE PRECONCEITUOSA

- Uma eficiente IDEOLOGIA DO OPRIMDO

- Acrescente um PODER POLÍTICO

  CORRUPTO E DEBOCHADO; e

- Uma pitada de IMPUNIDADE.

  Caros leitores, vamos falar um pouco de IDEOLOGIA antes de relatar de forma rápida dois acontecimentos reais, vividos em momentos distintos, mas pertencentes à mesma triste realidade social brasileira.

   Em sentido amplo a Ideologia pode ser conceituada como aquele conjunto de ideias, concepções organizadas ou apenas opiniões, manifestados sobre algum assunto sujeito à discussão. Em sentido estrito, Ideologia é toda teoria, concepção ou conhecimentos pré-estabelecidos, organizados sistematicamente com a finalidade de orientar uma ação efetiva ou de obter um resultado específico.

Na Doutrina Marxista o termo adquiriu um sentido pejorativo (negativo) por servir de instrumento de dominação, já que exerce influência decisiva na política de subjugação do homem pelo homem – no jogo de aquisição do Poder e de manutenção de privilégios.

O melhor conceito de Ideologia não veio de fora, mas de uma educadora brasileira – Professora Marilena Chauí – que em síntese  afirmava que “A Ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade divididas em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais...” – (ARANHA, Mª Lúcia – MARTINS, Mª Helena. Filosofando – Introdução à Filosofia. 2ª edição. São Paulo: Ed. Moderna, 1993.)

Desta forma fica mais fácil a obtenção da “paz social” a medida em que os membros da sociedade estão convencidos de que cada papel desempenhado nela é fruto de uma situação histórica pré-definida, cuja relação entre os homens e destes com sua condição de existência está em perfeita harmonia com o que foi pré-fixado pela sociedade. E continua a ilustre professora: “... com isso é assegurada a coesão dos homens e a aceitação, sem críticas, das tarefas mais penosas e pouco recompensadoras, em nome da vontade de “DEUS” ou do “dever moral” ou simplesmente como decorrente da “ordem natural das coisas”; em última instância, tem a função de manter a dominação de uma classe sobre a outra.” – (Idem)

Em síntese, este é o papel que cabe a ideologia, enquanto instrumento de dominação a serviço da classe dominante de plantão, sobre a classe dominada, subjugada e oprimida. É claro que esta dominação pode revestir-se de diversas modalidades: econômica, política, institucional e mesmo ideológica, ou de todas ao mesmo tempo. Mas,  notem, caros leitores, que de todas as formas mais nocivas de domínio do Homem sobre o Homem - poder econômico, poder ideológico, poder institucional e o poder político – o domínio ideológico de um povo é o mais difícil de ser identificado e combatido, pois, a priori, não usa de instrumentos materiais para a imposição da força física, como as armas de fogo de diferentes espécies, da privação da liberdade, ou mesmo da própria privação da vida.
Ainda que instrumental  é o mais eficiente de todos, pois além de se conseguir a passividade do oprimido, agradecido de sua boa condição - de protegido -  é o menos dispendioso, pois o subjugado ideologicamente sequer sente a necessidade de reagir, já que o que pensar, valorizar, sentir e fazer lhe é prescrito e assimilado sem questionamentos.

Retornando-se, então ao primeiro caso, relata-se que em determinada ocasião um Advogado de sucesso, conversava com amigos, quando a certa altura alguém comentou sobre os engarrafamentos em sua cidade – grande metrópole do nordeste do Brasil. Após ouvir alguns comentários ele não se conteve: “o problema dos engarrafamentos é do Por#@%... daquele Lula!...” – todos silenciaram. E ele continuou: “Vejam vocês que absurdo, minha faxineira, hoje, chega a minha casa de automóvel particular... é, minha serviçal agora, tem um carro e igual a ela muitas outras colegas a atrapalhar meu deslocamento de casa para meu escritório...”.

No seu entendimento, apenas os advogados e seus “semelhantes” têm o direito de usufruir dos avanços tecnológicos de uma sociedade. Sua “serviçal” não pode adquirir um veículo, pois só tem o direito de utilizar o transporte público de péssima qualidade, ainda que isso se reflita na melhoria da qualidade do serviço que ela lhe presta: chegar mais cedo, com alto astral, trabalhar mais disposta e mais eficiente na limpeza. Em momento algum ninguém apontou para o ilustre causídico, que talvez a péssima condição de mobilidade urbana de sua cidade, seja o reflexo das equivocadas escolhas feitas pelos eleitores, para prefeitos, vereadores e demais representantes do povo. Apesar de o eminente advogado integrar a “elite” nunca presenciei tamanha alienação ideológica e renúncia à opção do uso da Razão. Naquele contexto sequer houve clima para um chamamento à reflexão...

Chega-se, então, ao segundo caso citado no início do texto. Certo dia estava uma babá com o filho de sua patroa nos braços a lhe fazer mimos e carícias. Ao seu lado estava seu filho de pouco mais de seis anos. Ele apaixonado pela mãe e sensibilizado com sua dedicação ao ofício manifestou-se: “Mãe, um dia quando eu estiver grande e trabalhando vou comprar uma casa para senhora”. Mas a reação de sua mãe, incontinenti, surpreendeu a todos que presenciaram o fato: “Você não vai me dar nada, porque você não terá condição de comprar coisa alguma. Grave isso, filho de “graxeira” vai ser “graxeiro” também, e não terá condição de comprar nada além de comida.”

O que responder para uma criança numa hora dessa?... Que sua mãe estava equivocada? Que ele devia continuar alimentando seus sonhos?... Que sua mãe está descrente e decepcionada, mas que ele devia  acreditar e estudar, para ter uma condição de vida melhor que a dela...

O pior desta prática preconceituosa  e discriminatória é a rendição, a entrega, o estrago que ela causa na vida do oprimido, e de seus dependentes.  O pior dano é o convencimento deste, de que ele está nesta situação, porque essa foi a condição que lhe foi dada, quando do seu nascimento e de que ela é IMUTÁVEL. Restando, para ele, apenas, sua aceitação, sua resignação...


O resultado disso: BRASIL um país do FUTURO; Um GIGANTE Adormecido... 

Autor Convidado; Edmilson Blohem

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