quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Inflação Volta a Ficar Dentro da Meta. E daí?...

Publicado por Unknown As quinta-feira, 8 de agosto de 2013  |  Sem Comentarios




     A inflação de julho divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – foi de 0,03%, medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA. Houve uma queda acentuada em relação ao mês anterior, que ficou em 0,26%, e muito mais significativa se comparada ao mesmo período do ano passado, quando ficou em 0,43%. Com isso o acumulado do ano está em 3,18% e dos últimos doze meses saiu de 6,70% para 6,27%, situando-se novamente dentro da meta do governo.

     Dos grupos que compõem o IPCA, o de alimentação e bebidas, vestuário e transportes apresentaram deflação, e impactaram positivamente o resultado. Este último, influenciado principalmente pelas tarifas de transportes urbanos, teve uma deflação de 0,66% e impactou em -0,13% o índice total.

     Em algumas das maiores capitais do país os preços das tarifas de ônibus diminuíram -  6,78% no Rio; 6,25% em São Paulo; 10% em Goiânia; e até em Belo Horizonte, com uma redução simbólica de 5 centavos. Mas outras capitais como Manaus, Cuiabá, João Pessoa, Recife e Vitória também diminuíram as tarifas. Na outra extremidade estão capitais como Florianópolis e a nossa querida Salvador que não se curvaram diante das mobilizações das ruas. Por que será?...

     O curioso é que mesmo a inflação sinalizando uma trajetória de queda há três meses, o COPOM – Comitê de Política Monetária - decidiu, por unanimidade, em julho, pela elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 pontos percentuais e, hoje, está em 8,5% a.a.
Diante disso, não podemos deixar de fazer uma breve reflexão sobre os fatos mais recentes do cenário social, político e econômico brasileiro: a inflação é, antes de qualquer coisa, influenciada pelos movimentos sociais organizados... Explico...

      Ainda em julho o COPOM elevou a taxa Selic em 0,5% e aumentou a dívida pública em 10.000.000.000,00 (dez bilhões) de reais – segundo levantamento da FIESP. Mais 10 bilhões passam a ser transferidos para o Sistema Financeiro privado, sem a menor necessidade, pois a inflação já vinha dando sinais de enfraquecimento. Entrementes, elevou-se a taxa básica sob a alegação de ser necessário para o controle da inflação – o dólar já ultrapassava a casa dos R$ 1,25.

     Logo depois, também em julho, o Governo Federal anuncia mais um corte no Orçamento da ordem de 10 bilhões, elevando o contingenciamento de verbas de 28 para 38 bilhões em 2013. Coincidência? Claro que não! Não existe almoço de graça... Alguém tinha que pagar a conta: o povo brasileiro.

     E quem quiser estudar um pouco mais o assunto, é só acessar o site do Ministério do Planejamento e verificar que, apesar dos discursos políticos, áreas como Apoio Financeiro aos Municípios, Fundo de Desenvolvimento da Amazônia – FDA – e Fundo de Desenvolvimento do NordesteFDNE – sofreram cortes importantes. E o FDNE sofreu cortes, mesmo tendo esta região, sofrido uma das maiores secas dos últimos 50 anos.  O total de cortes das despesas discricionárias é 3 vezes superior aos valores destinados a ajuda aos municípios  e  para a construção de creches, anunciadas após as manifestações das ruas.


     E destaco, por oportuno, que o alvo inicial das movimentações de ruas foi exatamente a tarifa dos transportes urbanos – Movimento Passe Livre. Logo, vem a pergunta que não quer calar: Em qual grupo que compõe a formação do IPCA se verificou a maior deflação? No grupo “transportes”. Por isso é correto a afirmação de que a inflação é influenciada pelos movimentos sociais organizados.

    Para corroborar com essa assertiva, transcrevo parte do texto de uma reportagem da Revista Carta Capital de 07.08.2013, quando afirma que “A novidade para os economistas é que foi percebido que há um novo instrumento anti-inflacionário para combater preços estabelecidos por oligopólios (máfias) que pactuam com governos. Quando a concorrência não resolve e a regulação inexiste, as manifestações podem resolver.”

     Então, QUE VOLTEM AS MANIFESTAÇÕES DE RUA...

Autor convidado: Edmilson Blohem

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